A Casa Granado foi fundada em 1913, por Alberto Patana Granado, tio de Joaquim Amado Patana, que por sua vez é pai de Nuno. Foram 60 anos que Alberto dedicou a esta casa de ferragens, localizada na Rua de Cedofeita, no Porto, sendo que a história da casa é praticamente indistinguível da sua própria história. Nelas ouvimos ecos do passado, de um Portugal colonial, da Conspiração Monárquica e das primeiras eleições realizadas para o sistema bicameral português.
Apesar das mudanças trazidas pelo passar dos anos, Alberto sempre se dedicou ao seu estabelecimento e essa tendência foi perpetuada pelo sobrinho Joaquim, que logo com catorze anos começou a trabalhar na Casa Granado. Consequentemente, Nuno cresceu rodeado de ferramentas e utensílios, até que a idade adulta o levou a fiscalizar obras durante vários anos. Contudo, o orgulho que tinha no negócio a que se seu pai deu continuidade impeliu-o a seguir as passadas de Joaquim.
Nuno observou a evolução do comércio na Invicta e, perante a constatação de que os clientes preferiam adquirir os mais variados bens num único estabelecimento, ao invés de lojas especializadas, decidiu expandir a oferta da Casa Granado, por forma a incluir pichelaria, artigos de eletricidade, pequenos eletrodomésticos, massas de acabamentos, areias, cimentos e máquinas para a construção civil. Esta expansão, contudo, fê-lo concluir que o espaço, já de si reduzido, do estabelecimento em Cedofeita seria insuficiente e acabou por abrir outra loja na Rua de Aníbal Cunha, onde estava uma loja de informática. O espaço foi planeado de raiz por ele e afirmou-se como uma extensão da loja de Cedofeita.
Esta nova fase atraiu uma clientela mais variada. Nuno refere que além dos clientes fiéis - alguns dos quais já vinham da altura do pai - conseguiu cativar uma boa parte de profissionais ligados à construção civil. A atratividade da casa também se explica pela especialização do seu staff, pessoas com anos de experiência que podem facilmente desfazer qualquer dúvida em relação à miríade de itens em exposição. Por outro lado, a facilidade com que os seus colaboradores se expressam em inglês traduz-se num maior fluxo de turistas e residentes estrangeiros no Porto. Com a clientela crescente até acontecem alguns episódios inéditos. Nuno refere divertido que uma cliente, indignada com os roubos consecutivos de que se via vítima, entrou pelas portas do estabelecimento decidida a levar dentro da sua carteira uma armadilha para ratos já armada. E de facto, foi mais uma cliente satisfeita a sair da Casa Granado.
Os dois estabelecimentos apresentam um charme muito próprio. Outros tipos de negócios utilizam a estética como um veículo para a imagem que querem comunicar, ao passo que nos dois espaços da Casa Granado, a funcionalidade é a própria estética e a palavra de ordem é a organização. Todos os centímetros quadrados da loja estão cobertos dos mais variados utensílios e ferramentas. Pilhas de embalagens de tinta guiam-nos o olhar para a próxima prateleira de pincéis, que por sua vez nos relembram que até no teto podemos encontrar algo útil, como por exemplo rolos de alumínio. Uma verdadeira exploração a 360º que nos assoberba os sentidos com estímulos e a imaginação com possibilidades. Portanto já sabe, se estiver a projetar a construção de um edifício, ou simplesmente dar uns toques num caixilho, visite qualquer um dos estabelecimentos Casa Granado. Aqui encontra-se tudo.